Os primeiros passos para deixar de ser obeso - parte 1

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Ao começar, estamos motivados e entusiasmados. Mas também frágeis e vulneráveis, com dúvidas e incertezas sobre se somos ou não capazes de chegar a bom porto. Queremos ser e achamos que somos. Mas ainda não temos nenhuma demonstração real de que conseguimos, não temos muito a que nos agarrar, apenas essa nossa motivação.

Depois de o peso começar a baixar, é fácil continuar! “Já estamos a perder, é desta que vamos conseguir!!!”. O problema é antes disso...

O sucesso vem com o tempo. O fracasso, esse, acontece logo no início, nos primeiros dias ou semanas, quando a probabilidade de desistir é maior.

A motivação inicial desvanece-se rapidamente se não for nutrida e protegida. Se não virmos todos os dias o resultado do nosso esforço, perdemos o ímpeto e a dúvida começa a instalar-se. Nesse momento, a probabilidade de fracassar é muito alta: a mais pequena dificuldade vai ser demasiado alta para ser ultrapassada. A viagem pode terminar logo aí.

Agora, se logo ao fim de 3 ou 4 dias já temos uma demonstração do resultado do nosso esforço e do nosso empenho, a motivação não só se mantém intacta como aumenta! Se esses resultados aparecerem sem sentir fome, sem o mau humor ficar incontrolável e sem que nos sintamos presos, sentimos uma certeza inabalável que vamos conseguir.

Uma das grandes diferenças entre querer apenas perder peso e deixar de ser obeso é a necessidade de reforço positivo real e imediato.

Quem só precisa de perder 2 ou 3kg para atingir o seu objectivo parte de uma posição confortável: o seu peso é praticamente normal, a sua saúde não está em perigo, não há urgência física ou mental para perder peso. Apesar da vontade de conseguir perdê-los, não tem de alterar significativamente o seu estilo de vida, que já será saudável. Não precisa de feedback positivo diário, já o tem permanentemente.

Para quem é obeso, ter muito peso e não conseguir perdê-lo é a sua realidade, muitas vezes de anos. Já pode até ter tentado cumprir algum plano, seja de exercício ou dieta, sem que tenha atingido os resultados. Esse historial fica entranhado, ficamos pré-programados para que não consigamos vencer. Quando a incerteza e a dúvida se começam a instalar, cedemos facilmente porque alimentamos a narrativa habitual, vemos o mesmo filme a acontecer, sentimo-nos perdidos e incapazes de atingir os objectivos.

Desistimos e voltamos à nossa zona de conforto.

Desistimos demasiado rápido porque não tivemos força de vontade suficiente para continuar? Talvez, mas é uma explicação simplista. A mais realista é porque o reforço positivo dado pelos números dos quilos a baixar não foram suficientes para alimentar a motivação e para serem superiores ao desconforto do processo.

Mas não tem de ser assim!

(...)

 
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